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Profilaxia antibiótica no refluxo vesicoureteral

Médica examinando bebê no colo da mãe
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

6 junho, 2025

Medicamento previne infecções urinárias e protege os rins, enquanto o refluxo não é completamente resolvido

O refluxo vesicoureteral é uma condição que afeta o sistema urinário de crianças e aumenta o risco de infecções urinárias. Quando não tratada corretamente, causa danos renais permanentes. A profilaxia antibiótica no refluxo vesicoureteral, que consiste no uso contínuo de antibióticos em doses baixas, é uma forma de tratamento. Apesar de ajudar a evitar complicações e, em muitos casos, a necessidade de uma cirurgia, essa abordagem apresenta riscos e deve ser acompanhada.

O que é o refluxo vesicoureteral?

O refluxo vesicoureteral é uma condição em que a urina flui da bexiga de volta para os ureteres, os canais que ligam os rins à bexiga, e, em alguns casos, chega até os rins. Esse retorno anormal pode causar infecções urinárias recorrentes e danos renais. A condição se manifesta por sinais, como:

  • Frequentes episódios de infecção urinária;
  • Cólicas abdominais ou dor nas costas;
  • Urina com sangue ou pus;
  • Febre alta.

A causa mais comum do refluxo vesicoureteral é uma malformação congênita dos ureteres, o que explica sua maior incidência em bebês. Outras causas possíveis são obstruções à saída de urina da bexiga (condição que pode elevar a pressão no interior do órgão), válvula de uretra posterior e disfunções miccionais neurogênicas ou não neurogênicas.

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Qual o objetivo da profilaxia antibiótica?

O tratamento com antibióticos tem como objetivo prevenir episódios de infecção do trato urinário (especialmente pielonefrites) e, consequentemente, evitar lesões nos rins. Dessa forma, esse tipo de tratamento não corrige o refluxo, mas atua no controle de infecções, evitando que bactérias causem cicatrizes renais. A profilaxia antibiótica no refluxo vesicoureteral é feita por via oral.

Quando a profilaxia antibiótica é indicada?

A profilaxia antibiótica no refluxo vesicoureteral se baseia em fatores como a idade da criança, a presença de disfunções urinárias e o grau do refluxo, que pode ser classificado da seguinte forma:

  • Grau I: o refluxo atinge apenas o ureter — sem chegar à pelve renal —, não há dilatação e a chance de resolução espontânea é alta.
  • Grau II: o refluxo chega à pelve renal e à parte interna do rim, mas sem dilatação do ureter ou dos rins, tendo boa chance de resolução espontânea.
  • Grau III: refluxo até o rim e com dilatação, apresentando ureteres e/ou pelve renal anormais em tamanho e forma.
  • Grau IV: o ureter está visivelmente dilatado, com maior comprometimento das estruturas urinárias.
  • Grau V: o mais grave, com ureter muito dilatado, torcido e curvado, e pelve renal mais aumentada.

Dessa forma, a profilaxia antibiótica no refluxo vesicoureteral é indicada para todos os graus do refluxo para evitar infecções do trato urinário e pielonefrites, para darmos à criança a chance de crescer e para o refluxo vesicoureteral melhorar espontaneamente.

Quais antibióticos são mais usados?

A profilaxia antibiótica no refluxo vesicoureteral depende da idade e do peso da criança. Em geral, usa-se um antibiótico em dose baixa para prevenir infecções urinárias. Os mais comuns são: sulfametoxazol/trimetoprima, nitrofurantoína, cefalexina, cefadroxil e amoxicilina.

Riscos e benefícios da profilaxia

Existe um risco teórico (e que nunca foi comprovado) de que a profilaxia antibiótica no refluxo vesicoureteral poderia aumentar o risco de ganho de peso e obesidade porque os antibióticos afetariam a flora intestinal e influenciariam o metabolismo da criança. Além disso, também existem os riscos de selecionar bactérias mais resistentes, dificultando o tratamento de infecções futuras com antibióticos convencionais.

Por isso, a profilaxia antibiótica no refluxo vesicoureteral deve ser recomendada e acompanhada pelo médico. Quando usada em casos realmente necessários, o tratamento proporciona diversos benefícios ao paciente, como reduzir o risco de infecções, especialmente as febris, e evitar cicatrizes renais.

O papel do especialista em uropediatria

O uropediatra é o especialista responsável por tratar problemas urinários em crianças, como o refluxo vesicoureteral. Ele avalia a gravidade da condição, orienta o tratamento e monitora o uso de antibióticos. O acompanhamento é contínuo até a possível resolução do refluxo. Em casos mais graves, o urologista infantil pode indicar a cirurgia para evitar danos aos rins e garantir a saúde do trato urinário da criança.

Perguntas frequentes

Abaixo, algumas das respostas às dúvidas mais comuns sobre a profilaxia antibiótica no refluxo vesicoureteral.

A profilaxia antibiótica cura o refluxo vesicoureteral?

A profilaxia antibiótica não cura o refluxo vesicoureteral, mas ajuda a prevenir infecções urinárias, protegendo os rins enquanto o refluxo pode se resolver espontaneamente, especialmente em casos leves. No entanto, quando a condição é grave, a cirurgia é necessária para reconstruir a junção entre o ureter e a bexiga.

Por quanto tempo a criança precisa tomar antibiótico?

A profilaxia antibiótica no refluxo vesicoureteral depende do grau do refluxo, da idade da criança e se ela tem infecções recorrentes. Em geral, o tratamento pode durar meses ou até alguns anos, sendo avaliado periodicamente pelo médico enquanto é aguardada a cura espontânea dessa condição, ou é indicado o tratamento cirúrgico.

É possível evitar a cirurgia com a profilaxia?

Em muitos casos, especialmente nos graus leves e moderados, o refluxo vesicoureteral tende a desaparecer com o tempo. Mesmo nos casos mais graves, a cura é possível, embora mais difícil. O uso de antibióticos em baixa dose ajuda a prevenir complicações, como infecções urinárias, enquanto se aguarda a resolução espontânea do problema, evitando a cirurgia.

O uso prolongado de antibiótico faz mal?

A profilaxia antibiótica no refluxo vesicoureteral pode trazer alguns riscos, como alterações na flora intestinal e resistência bacteriana. Por isso, o antibiótico deve ser usado com orientação médica e apenas quando os benefícios forem maiores que os riscos. O tratamento nunca deve ser feito por conta própria ou sem acompanhamento especializado.

O refluxo vesicoureteral some com o tempo?

Em muitos casos, o refluxo vesicoureteral se resolve espontaneamente com o crescimento da criança, à medida que a anatomia da válvula ureterovesical se desenvolve e se ajusta, passando a funcionar adequadamente. No entanto, esse processo pode levar anos. Por isso, o acompanhamento médico regular é importante para monitorar a evolução e proteger os rins durante esse período.

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Fontes:

Manual MSD

Sociedade Brasileira de Pediatria

Dr. Rafal Locali
Dr. Rafael Fagionato Locali
Urologista
CRM 133874
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