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Ambiguidade genital no recém-nascido

Bebê dormindo de barriga para baixo
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

20 setembro, 2025

Condição rara faz com que genitais do bebê não apresentam características claramente masculinas ou femininas

A ambiguidade genital no recém-nascido é uma condição rara em que os órgãos genitais externos não permitem identificar de forma clara se o bebê é do sexo masculino ou feminino. Em geral, isso ocorre devido a uma variação no processo de diferenciação sexual durante a gestação, fazendo com que os genitais apresentem características que não seguem os padrões habituais de cada sexo.

Estima-se que cerca de 1 em cada 4.500 nascimentos apresente essa condição. O diagnóstico e o tratamento da ambiguidade genital no recém-nascido é fundamental para evitar o comprometimento da saúde física e emocional do paciente, além de complicações na idade adulta.

Características e sintomas da ambiguidade genital

As manifestações da ambiguidade genital no recém-nascido podem variar, mas geralmente há sinais físicos que despertam atenção médica já nas primeiras horas de vida:

  • Presença de características genitais que remetem a ambos os sexos;
  • Órgãos genitais externos subdesenvolvidos ou com aparência atípica;
  • Em meninos, ausência de testículos visíveis ou escroto com formato anormal;
  • Em meninas, estruturas vaginais pouco definidas ou aumento do clitóris;
  • Uretra localizada em posição incomum;
  • Presença de massas abdominais.

O que causa a ambiguidade genital no recém-nascido?

A genitália ambígua pode ter diversas origens relacionadas ao desenvolvimento sexual durante a gestação. Dentre as condições que podem estar associadas a essa alteração, destacam-se:

  • Alterações cromossômicas, incluindo síndromes como Turner (45,X) e Klinefelter (47,XXY).
  • Distúrbios hormonais, como excesso ou deficiência de andrógenos durante fases importantes da gestação.
  • Hiperplasia adrenal congênita, condição em que as glândulas suprarrenais apresentam desenvolvimento anormal, resultando na produção excessiva de hormônios masculinizantes.
  • Uso de determinados medicamentos ou exposição a hormônios durante a gestação, que podem afetar o processo de diferenciação sexual do feto.
  • Mutações genéticas ou anomalias no processo de formação das gônadas, que são os ovários ou testículos.

Essas condições influenciam porque, no início da gestação, os genitais têm a mesma estrutura base, independentemente do sexo genético. A diferenciação ocorre pela ação coordenada de genes e hormônios. Se esse processo é interrompido ou incompleto devido aos fatores mencionados, pode surgir a ambiguidade genital.

Como é o tratamento da ambiguidade genital no recém-nascido

Não existe uma abordagem única no tratamento da genitália ambígua no recém-nascido. Em alguns casos, a condição está ligada à hiperplasia adrenal congênita, um distúrbio genético que provoca excesso de andrógenos e virilização em fetos femininos. Nas formas graves, pode causar perda de sal e crises adrenais fatais sem tratamento. Nesses casos, o uso de glicocorticoides e a reposição de mineralocorticoides são fundamentais para evitar complicações.

Se não houver sinais de insuficiência adrenal e o recém-nascido estiver clinicamente estável, a conduta inicial costuma ser conservadora e observacional. Nesses casos, o tratamento da genitáli ambígua geralmente inclui:

  • Apoio psicológico: essencial para os pais desde o início, com foco na aceitação e no suporte à criança.
  • Orientação e aconselhamento familiar: fornecendo informações sobre a condição, intervenções possíveis e expectativas no curto, médio e longo prazo.
  • Acompanhamento contínuo: monitoramento do desenvolvimento físico, emocional e psicossocial da criança ao longo do tempo.
  • Cirurgia reconstrutiva: indicada para adequar a aparência dos genitais externos ao sexo identificado, considerando a idade e a urgência clínica.
  • Reposição hormonal: recomendada na fase da puberdade de acordo com as necessidades endocrinológicas individuais do paciente.

Qual médico trata a ambiguidade genital no recém-nascido?

O diagnóstico e o tratamento da ambiguidade genital no recém-nascido exigem o acompanhamento de diferentes especialistas. Entre os profissionais envolvidos, está o uropediatra, responsável pela avaliação e pelo manejo das alterações genitais e urinárias.

Outros profissionais que fazem parte do diagnóstico e do tratamento são o endocrinologista pediátrico, o geneticista clínico, que investiga causas genéticas e realiza exames específicos para identificar a origem da condição, e o psicólogo, que oferece suporte emocional e orienta a família durante todo o processo.

Complicações da genitália ambígua não tratada

Quando a ambiguidade genital no recém-nascido não é diagnosticada e tratada, várias complicações podem surgir ao longo da vida. Entre as principais, estão:

  • Crises hormonais graves, especialmente nos casos de hiperplasia adrenal congênita.
  • Infertilidade, relacionada a alterações genéticas.
  • Questões relacionadas à identidade de gênero, que podem influenciar o desenvolvimento emocional da criança.
  • Dificuldades sociais e estigmatização, decorrentes da aparência genital atípica.
  • Complicações urinárias ou sexuais, dependendo das estruturas afetadas.

Importância do diagnóstico precoce

A identificação precoce da ambiguidade genital no recém-nascido é essencial para garantir o cuidado imediato e adequado do bebê, não apenas do ponto de vista físico, mas também emocional, social e psicológico. Isso porque a condição frequentemente envolve alterações hormonais, cromossômicas e anatômicas significativas.

Além de permitir a detecção rápida de riscos imediatos, como crises potencialmente fatais na hiperplasia adrenal congênita, o diagnóstico precoce possibilita o início do tratamento adequado, prevenindo complicações futuras como infertilidade, dificuldades urinárias e sexuais.

Além disso, essas mudanças aumentam o risco de desenvolvimento de tumores nos testículos ou ovários, principalmente em bebês com cromossomo Y, ligado ao desenvolvimento masculino. Dessa forma, o diagnóstico precoce permite o tratamento e o acompanhamento contínuo desses riscos ao longo do tempo.

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Fonte

MSD Manuals

Dr. Rafal Locali
Dr. Rafael Fagionato Locali
Urologista
CRM 133874
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