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Anomalias congênitas do trato urinário em crianças

Um médico em uma mesa em um hospital, discutindo modelos do trato urinário masculino
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

10 setembro, 2025

Refluxo-vesicoureteral, hidronefrose e estenose da junção ureteropélvica são algumas das condições que acometem o sistema urinário infantil

As anomalias congênitas do trato urinário são defeitos no desenvolvimento dos rins, ureteres, bexiga ou uretra do bebê durante a gestação. Essas alterações podem variar de leves a graves, afetando a estrutura ou a função do sistema urinário. Devido ao impacto dessas condições na saúde da criança, o diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para evitar danos permanentes.

Tipos de anomalias congênitas do trato urinário em crianças

As anomalias congênitas do trato urinário abrangem várias condições que interferem no funcionamento normal dos rins, ureteres e bexiga. As principais são:

Refluxo vesicoureteral (RVU)

O refluxo vesicoureteral ocorre quando a urina retorna da bexiga para os ureteres e/ou rins. Isso geralmente se deve a uma falha na válvula que liga o ureter à bexiga (válvula ureterovesical), que tem a função de impedir o refluxo da urina. Essa falha pode ser congênita, causada por um defeito estrutural presente desde o nascimento, ou adquirida, associada a obstruções ou disfunções no momento de urinar.

Hidronefrose

A hidronefrose é o inchaço do rim causado pelo acúmulo de urina, resultado geralmente de uma obstrução no sistema urinário. Apesar de cálculos renais e tumores serem causas possíveis, a hidronefrose também pode resultar de outras condições, como refluxo vesicoureteral, estenose da junção ureteropélvica (JUP), estenose da junção ureterovesical (JUV) e ureteroceles.

Estenose da junção ureteropélvica (JUP)

A estenose de JUP é um estreitamento na conexão entre o rim e o ureter que dificulta o fluxo da urina para a bexiga. Essa condição, geralmente congênita, é a causa mais comum de obstrução urinária em crianças. Se não for tratada, pode levar a infecções urinárias, formação de cálculos renais e prejuízo da função dos rins.

Duplicação ureteral completa

A duplicação ureteral é uma condição congênita em que um rim apresenta dois ureteres para conduzir a urina até a bexiga, em vez de apenas um. Essa malformação pode aumentar a chance de infecções urinárias e formação de cicatrizes nos rins, pois pode levar ao acúmulo de urina e ao aumento da pressão nos órgãos. Além disso, muitas vezes associa-se à ureterocele, refluxo vesicoureteral ou estreitamento do meato ureteral do ureter ectópico.

Ureterocele

A ureterocele é uma malformação caracterizada por um inchaço no final do ureter, na entrada da bexiga, que se assemelha a um pequeno balão. Essa alteração pode dificultar a saída da urina, causando acúmulo, infecções e pedras nos rins.

Extrofia vesical

A extrofia vesical é uma malformação rara e grave em que a bexiga, a uretra e a parede abdominal inferior não se fecham corretamente durante o desenvolvimento fetal, deixando partes da bexiga expostas para fora do corpo. Essa condição afeta principalmente meninos e está associada a dificuldades no controle urinário e infecções urinárias frequentes.

Causas das anomalias congênitas do trato urinário

As anomalias congênitas do trato urinário resultam de falhas no desenvolvimento embrionário. Embora muitas causas ainda sejam desconhecidas, fatores genéticos, ambientais e condições da gestação podem aumentar o risco. Algumas das principais causas são:

  • Fatores genéticos: mutações em genes específicos, além da história familiar, aumentam o risco de malformações;
  • Exposição a substâncias tóxicas: medicamentos e radiação durante a gestação podem interferir no desenvolvimento do trato urinário fetal;
  • Infecções durante a gestação;
  • Doenças e deficiência nutricional materna.

As anomalias congênitas do trato urinário apresentam sintomas?

Muitas anomalias congênitas do trato urinário não apresentam sinais claros logo após o nascimento. Frequentemente, são identificadas quando surgem problemas específicos, como infecções urinárias repetidas ou dores persistentes. Os sintomas variam conforme o tipo e a gravidade da malformação, podendo incluir:

  • Febre;
  • Dor abdominal;
  • Dificuldade para urinar;
  • Sangue na urina;
  • Incontinência;
  • Dor ao urinar;
  • Vontade frequente de urinar;
  • Dor intensa nas costas ou laterais;
  • Náuseas e vômitos;
  • Mal-estar geral.

Como o diagnóstico é realizado nas crianças?

O diagnóstico das anomalias congênitas do trato urinário em crianças é feito por meio de exames de imagem, tanto pré-natais quanto pós-natais. Durante a gestação, a ultrassonografia fetal é fundamental para detectar malformações iniciais, como hidronefrose ou megabexiga. Após o nascimento, o diagnóstico é confirmado por uma série de exames, dependendo dos sintomas e da suspeita clínica.

Alguns dos exames mais comuns para o diagnóstico das anomalias congênitas do trato urinário são:

  • Ultrassonografia do sistema urinário: exame inicial para investigar malformações em recém-nascidos.
  • Cistouretrografia miccional ou cistografia isotópica: identificam refluxo vesicoureteral.
  • Cintilografia renal: avalia a função renal e as cicatrizes, em casos de RVU ou doença renal crônica.
  • Uretrocistoscopia: usada para investigar a válvula de uretra posterior.
  • Tomografia computadorizada ou ressonância magnética: exames detalhados em casos complexos.

Como tratar as doenças congênitas do trato urinário em crianças?

O tratamento das doenças congênitas do trato urinário em crianças varia conforme o tipo e a gravidade da condição. Em casos leves de refluxo vesicoureteral (RVU) ou hidronefrose, são usados antibióticos profiláticos para prevenir infecções urinárias e terapias comportamentais, como treinamento vesical e higiene adequada, para melhorar o controle urinário.

Em casos graves, pode ser necessário realizar cirurgias. A pieloplastia é feita para desobstruir a ligação entre o rim e o ureter, ajudando a urina a sair. O reimplante do ureter é feito quando há refluxo de alto grau e o paciente apresenta episódios recorrentes de infecção do trato urinário. Também podem ser feitas cirurgias para outras malformações, como a hipospadia, para colocar a uretra no lugar certo, e a ureterocele, para tratar a “bolha” que atrapalha a passagem da urina.

Formas de prevenção e cuidados necessários

As anomalias congênitas do trato urinário não podem ser totalmente evitadas, pois muitas têm origem genética ou ocorrem por alterações no desenvolvimento do feto. No entanto, algumas medidas podem ajudar na prevenção:

  • Evitar o consumo de álcool e tabaco;
  • Evitar exposição a substâncias tóxicas;
  • Não tomar medicamentos sem orientação médica;
  • Controlar doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.

Importância do acompanhamento com um urologista pediátrico

O urologista pediátrico é um especialista com formação específica para diagnosticar, tratar e acompanhar anomalias congênitas do trato urinário. Esse acompanhamento é essencial para garantir que o sistema urinário se desenvolva de maneira saudável, evitando complicações no longo prazo e promovendo o bem-estar da criança.

As consultas regulares permitem detectar precocemente irregularidades e iniciar o tratamento para evitar complicações, como hipertensão arterial, cicatrizes renais ou o desenvolvimento de insuficiência renal crônica. Dessa forma, esse profissional também acompanha o desenvolvimento da criança, evitando danos futuros na função renal.

Entre em contato com o Dr. Rafael Locali e agende uma consulta.

 

Fonte:

Sociedade Brasileira de Urologia

Dr. Rafal Locali
Dr. Rafael Fagionato Locali
Urologista
CRM 133874
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