Malformação congênita em meninos pode afetar o bem-estar emocional e as funções urinárias e sexuais
A hipospádia é uma malformação congênita que ocorre em meninos, em que a abertura da uretra não está na ponta do pênis, mas em uma posição mais baixa, podendo se localizar ao longo do corpo do pênis, no escroto ou, nos casos mais severos, perto do ânus.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de 1 em cada 250 meninos nasce com hipospádia, tornando essa condição relativamente frequente entre os recém-nascidos do sexo masculino. O diagnóstico e o tratamento realizados precocemente são fundamentais para prevenir as diversas consequências da hipospádia, que podem se manifestar desde a infância até a vida adulta.
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A hipospádia é grave?
A gravidade da hipospádia está diretamente ligada à posição do meato, que é a abertura da uretra. Dependendo de onde essa abertura se encontra, a condição é classificada em diferentes tipos:
- Distal: abertura próxima à glande, sendo um caso mais frequente e leve.
- Peniana média: o meato está situado no centro do corpo do pênis, indicando um nível intermediário de gravidade.
- Proximal: abertura junto ao escroto.
- Perineal: abertura na região entre o escroto e o ânus, sendo a forma mais grave.
As formas mais leves, como a distal, costumam causar poucas alterações estéticas e funcionais. Já as formas mais próximas ao escroto ou ao períneo podem gerar complicações mais complexas, como dificuldade urinária e curvatura peniana acentuada, também podendo comprometer a função sexual na idade adulta.
Causas e fatores de risco da hipospádia
Embora as causas exatas da hipospádia ainda não sejam totalmente conhecidas, acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais contribua para seu desenvolvimento. Alguns fatores de risco são:
- Uso de tratamentos hormonais ou de fertilidade;
- Idade materna acima de 35 anos;
- Histórico familiar da condição.
Possíveis consequências da hipospádia
As consequências da hipospádia dependem da gravidade e do tipo da malformação, podendo envolver:
Dificuldade para urinar
Quando a abertura da uretra está fora da posição normal, pode haver alterações no padrão urinário. Nas formas distais e médias, o jato costuma ser fraco, bifurcado, desviado ou apontado para baixo, o que dificulta a micção em pé.
Curvatura peniana
Muitos casos de hipospádia apresentam curvatura peniana acentuada causada por um tecido fibroso na base do pênis. Na infância, essa curvatura pode ser discreta, mas tende a piorar com a puberdade e o crescimento peniano. Se não tratada, pode comprometer a função sexual na vida adulta, dificultando ou impedindo a penetração e, em alguns casos, causando dor durante a ereção.
Estenose uretral
Outro problema entre as consequências da hipospádia é o estreitamento da uretra, condição conhecida como estenose uretral. Essa condição pode ocorrer devido à própria malformação congênita ou como resultado de cicatrizes após a cirurgia de correção. Esse estreitamento dificulta a passagem normal da urina, causando dor, retenção, pulverização da urina e infecções.
Problemas sexuais na vida adulta
Em casos graves, a hipospádia pode causar disfunções sexuais, como dificuldade para manter a ereção, dor durante o sexo e ejaculação anormal. Homens que passaram por várias cirurgias têm maior risco, pois as cicatrizes podem comprometer a sensibilidade e a funcionalidade do pênis, gerando também insatisfação com o desempenho sexual.
Baixa autoestima
As alterações na aparência do órgão genital causadas pela hipospádia, somadas às possíveis consequências da hipospádia nos aspectos funcionais e sexuais, podem impactar profundamente a autoestima do paciente. Essa condição pode gerar insegurança, vergonha, ansiedade social e até quadros de depressão, dificultando relacionamentos íntimos.
Complicações da hipospádia não tratada
Se não corrigida, a hipospádia pode causar uma série de problemas no longo prazo. Entre as consequências da hipospádia não tratada, estão:
- Dificuldade para urinar em pé;
- Curvatura peniana acentuada;
- Problemas sexuais, como dor durante a ereção e dificuldade na penetração.
Diagnóstico e tratamento da hipospádia
O diagnóstico geralmente é feito logo após o nascimento, durante o exame físico de rotina do recém-nascido. O pediatra identifica a localização da uretra, a curvatura peniana e as alterações no prepúcio. O tratamento é exclusivamente cirúrgico e deve ser realizado entre os 6 meses e os 2 anos de idade, com o objetivo de prevenir as consequências da hipospádia, tanto no curto quanto no longo prazo.
A cirurgia de hipospádia consiste em fechar a abertura anômala da uretra e reconstruir uma nova saída na ponta do pênis. Em alguns casos, é necessário utilizar a pele do prepúcio, motivo pelo qual a circuncisão deve ser evitada antes da cirurgia. A operação é realizada sob anestesia geral e dura entre 2 e 4 horas, dependendo da complexidade.
Qual médico trata a hipospádia?
O urologista pediátrico é o profissional indicado para diagnosticar e tratar a hipospádia. Esse especialista é capacitado para lidar com malformações do trato urinário e genital em crianças. Dessa forma, ele avalia o tipo e a gravidade da malformação e define o plano cirúrgico para cada caso.
O acompanhamento do desenvolvimento urinário e genital deve ser mantido desde os primeiros meses de vida até a adolescência, mesmo após a correção cirúrgica. Esse cuidado permite monitorar tanto os aspectos físicos quanto psicológicos da criança, prevenir as consequências da hipospádia e garantir intervenções seguras, caso seja necessário.
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Fontes