A hipospadia distal apresenta a abertura da uretra próxima à ponta do pênis, enquanto a proximal ocorre mais próxima à base ou ao escroto
A hipospadia é caracterizada pela abertura da uretra em um local diferente do habitual, que seria a ponta do pênis. Essa condição pode se manifestar de formas distintas, como nos casos de hipospadia proximal e distal. Essa diferença envolve a localização, mas também influencia o tipo de intervenção cirúrgica e a complexidade do caso. Entender essa diferença é importante para o tratamento e acompanhamento do desenvolvimento da criança.
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O que é hipospadia?
A hipospadia é uma malformação congênita que ocorre em meninos, caracterizada pelo posicionamento anormal da abertura da uretra, o canal de eliminação da urina. Em vez de estar localizada na ponta do pênis, essa abertura está em outro ponto da parte inferior do órgão, no escroto ou, em casos mais raros, na região entre o ânus e os genitais.
Essa alteração acontece ainda durante a formação do bebê no útero e estima-se que cerca de 1 em cada 250 meninos nasça com essa condição. Os sinais da hipospadia variam de acordo com o grau da malformação, mas alguns indícios são:
- Excesso de pele na parte superior do pênis;
- Ausência da abertura da uretra na extremidade do órgão;
- Curvatura acentuada que lembra um anzol;
- Dificuldade para urinar de forma direcionada.
Classificação da hipospadia: proximal x distal
A hipospadia é classificada de acordo com a posição em que a abertura da uretra se encontra no pênis. Nos casos considerados distais, que são os mais frequentes, essa abertura está localizada próxima à extremidade do órgão, na região da glande ou logo abaixo dela.
Já nas formas proximais, a abertura da uretra aparece mais próxima da base do pênis ou mesmo junto ao escroto. Esse tipo é mais raro e costuma ser mais grave, geralmente vindo acompanhado de outras alterações ou problemas no sistema urinário e genital.
Principais diferenças entre hipospadia proximal e distal
As diferenças entre hipospadia proximal e distal vão além da posição da abertura uretral. O tipo distal tende a ser mais simples, com menor risco de anomalias associadas. Já o proximal costuma vir acompanhado de outras alterações, como testículos que não desceram, condição chamada de criptorquidia, e hérnias na região inguinal.
Outra diferença entre hipospadia proximal e distal é que crianças com o tipo proximal podem apresentar problemas no trato urinário, como alterações nos rins ou nos ureteres. Quando a forma proximal é identificada e há suspeita de criptorquidia em um ou ambos os testículos, também é comum solicitar exames para investigar possíveis alterações genitais e urinárias.
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Quando e como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da hipospadia proximal e distal costuma ser feito logo após o nascimento, durante o primeiro exame físico do bebê. O médico observa o órgão genital para identificar a posição da abertura da uretra, além de verificar a presença de curvatura no pênis, alterações no prepúcio e a presença dos testículos. Em casos mais leves, como o tipo distal, a identificação é mais simples e geralmente não levanta dúvidas quanto ao sexo do recém-nascido.
Nas formas mais graves de hipospádia, como a proximal, pode haver dúvida sobre o sexo biológico. Nesses casos, são feitos exames como ultrassonografia para localizar os testículos e testes hormonais para avaliar o funcionamento das gônadas e a resposta à testosterona. Também são indicadas ultrassonografias dos rins, da bexiga e do abdômen para identificar possíveis malformações associadas.
Tratamento da hipospadia: diferenças cirúrgicas
O tratamento da hipospadia proximal e distal é cirúrgico. O procedimento visa corrigir a posição da uretra e, quando necessário, a curvatura do pênis. A recomendação é realizar a cirurgia entre 6 e 18 meses de idade para diminuir riscos futuros. Também é importante evitar a circuncisão antes da cirurgia, pois a pele do prepúcio pode ser usada na reconstrução.
Nos casos de hipospadia distal, uma única cirurgia costuma ser suficiente. O objetivo é reposicionar a abertura da uretra na ponta do pênis e, se necessário, fazer ajustes estéticos no prepúcio ou corrigir pequenas curvaturas. Para isso, fecha-se a abertura errada da uretra e abre-se uma nova na ponta do pênis.
Já a hipospadia proximal é mais complexa e frequentemente associada a outras alterações. Por isso, o tratamento pode exigir mais de uma etapa cirúrgica. É comum que a primeira cirurgia seja voltada ao tratamento da curvatura peniana e ao começo da reconstrução da uretra, com uma segunda etapa dedicada à finalização do canal urinário.
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Prognóstico e acompanhamento
Com o diagnóstico precoce e tratamento adequado, o prognóstico da hipospadia proximal e distal é bastante positivo. A maioria dos pacientes evolui bem após a cirurgia, com correção da função urinária e sexual, além de melhora estética. Sem tratamento, podem surgir complicações, como curvatura anormal do pênis, dificuldades para urinar, problemas de ereção, ejaculação ou infertilidade, além de desconforto e constrangimento.
O acompanhamento médico é importante para os casos de hipospadia proximal e distal, principalmente para os tipos proximal, devido ao maior risco de complicações, como fístulas ou estreitamentos na nova uretra. Em ambos os casos, o acompanhamento com urologista permite monitorar a cicatrização, o crescimento do pênis e eventuais necessidades de retoques cirúrgicos.
O papel do uropediatra
O uropediatra é o médico especializado no diagnóstico, tratamento cirúrgico e acompanhamento de alterações genitais e urinárias em crianças, como a hipospadia proximal e distal. Logo após o nascimento, o profissional avalia o bebê, observando a posição da uretra, possíveis curvaturas penianas e outras anomalias associadas.
Além do diagnóstico, o uropediatra é responsável por definir a melhor estratégia cirúrgica de correção da hipospadia proximal e distal, considerando a idade da criança, o grau da anomalia e a presença de outras condições clínicas. Além disso, ele também realiza o acompanhamento após o procedimento para garantir uma boa recuperação, correção funcional e desenvolvimento saudável.
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