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Orquidopexia: o que é e quando é indicada?

Menino criança sorrindo para foto.
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

5 julho, 2024

A não descida do testículo é uma condição comum, mas que pode ser resolvida com a orquidopexia

A orquidopexia é a cirurgia realizada pelo médico urologista para corrigir a posição dos testículos quando eles não descem adequadamente para o escroto durante o desenvolvimento fetal. Essa condição, conhecida como criptorquidia, é comum em bebês do sexo masculino e pode afetar até 4% dos recém-nascidos a termo e 44% dos prematuros.

Embora a condição possa afetar qualquer um dos dois testículos, cerca de 70% dos pacientes têm criptorquidia à direita e 30% à esquerda. Nesses casos, a orquidopexia é o tratamento mais indicado para prevenir complicações futuras, como infertilidade, déficit de produção hormonal e aumento do risco de câncer testicular.

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Consulte um urologista para saber mais sobre a orquidopexia.

O que é a orquidopexia?

A orquidopexia é uma cirurgia cujo objetivo é mover, até o escroto, o testículo que não desceu durante a vida intrauterina e fixá-lo em uma posição anatômica mais habitual. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), esse procedimento apresenta uma taxa de sucesso de 98% e cerca de 1% de complicações.

Atualmente, a recomendação é realizar a orquidopexia até os 24 meses de idade, mas o procedimento também pode ser necessário em crianças mais velhas, adolescentes e, raramente, adultos. O importante é que todos os casos diagnosticados de criptorquidia sejam tratados em algum momento, sendo a cirurgia a melhor abordagem.

Afinal, a orquidopexia tem dois principais objetivos: melhorar a função testicular e facilitar o exame desses órgãos para detectar possíveis sinais de câncer no futuro. Apesar de ser descrito na literatura, sabe-se, hoje, que o tratamento hormonal para a criptorquidia não tem um bom resultado e, portanto, não é indicado.

Com relação às complicações da orquidopexia, embora sejam raras, elas podem ocorrer. A mais grave delas é a atrofia testicular, seguida da lesão direta do testículo e a lesão do ducto deferente, além das complicações comuns a todas as cirurgias, como:

  • Infecção da ferida operatória;
  • Abertura das suturas;
  • Hematomas ou sangramentos importantes;
  • Queloides.

Tipos de orquidopexia

A depender da localização em que o testículo se encontra, a abordagem cirúrgica precisa ser diferente. Assim, a orquidopexia pode ser dividida em dois tipos: para testículos palpáveis e para testículos não palpáveis, que estão descritos a seguir.

Como a orquidopexia é realizada?

Para fazer a orquidopexia o paciente é submetido à anestesia geral, sendo que o procedimento, em si, é diferente quando o testículo é palpável ou não palpável.

Testículo palpável

Quando o testículo é palpável, a cirurgia é considerada mais simples. Na técnica tradicional, o cirurgião realiza uma incisão na região inguinal, tendo cuidado para evitar lesões no nervo ilioinguinal, que passa por essa área.

Ao localizar o testículo, faz-se a separação e a dissecção das estruturas cabíveis. Na sequência, há a formação de um “túnel” entre o canal inguinal e o escroto. Neste último, é confeccionada uma “bolsa subdártica”, onde o testículo será posicionado e fixado.

Vale ressaltar que alguns cirurgiões podem optar por outras técnicas de orquidopexia, a depender da localização exata do testículo, das condições do paciente e da sua própria experiência.

Testículo não palpável

Para testículos não palpáveis, o procedimento pode ser mais complexo, pois o diagnóstico através dos exames de imagem não é muito confiável. Assim, o primeiro passo da cirurgia é localizar o testículo, que, na maior parte das vezes, está dentro do abdome.

Para isso, é inserida uma pequena câmera no abdome (laparoscopia diagnóstica) para localizar o testículo. Caso o testículo esteja ausente (testículo evanescente), é finalizado o procedimento. Por outro lado, caso seja identificado, o próximo passo é levá-lo ao escroto.

A forma e o momento de se fazer essa descida do testículo depende do comprimento dos vasos sanguíneos que o nutrem. Com vasos sanguíneos longos, é possível fazer no mesmo momento, mas, com vasos mais curtos, essa descida é feita em duas etapas.

Quando a cirurgia de orquidopexia é indicada?

Diversos quadros urológicos podem ser tratados com a orquidopexia, sendo que as principais indicações incluem:

  • Criptorquidia congênita: quando o testículo não desce para o escroto até o sexto mês de vida;
  • Criptorquidia adquirida: quando ocorre algum atraso ou problema na descida do testículo em idades mais avançadas.
  • Testículo retrátil: quando o testículo se move para fora do escroto (geralmente como um reflexo ao toque) e volta sozinho;
  • Testículo ectópico: quando o testículo está localizado fora da sua trajetória normal de descida, como na virilha, no abdome ou na coxa;
  • Torção testicular: condição dolorosa que pode cortar o suprimento de sangue ao testículo e causar danos permanentes.

Vale ressaltar que, no caso de testículo palpável e retrátil, a orquidopexia não precisa ser precoce. Segundo a SBP, esses pacientes podem ser acompanhados anualmente pelo urologista pediátrico até a puberdade. Há também uma recomendação de avaliar a presença de síndromes genéticas em todo paciente com criptorquidia antes de realizar o procedimento.

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Consulte um urologista para avaliar a necessidade da orquidopexia.

Benefícios da orquidopexia

Nos casos de criptorquidia, a Sociedade Brasileira de Pediatria reforça que a orquidopexia, quando realizada até o segundo ano de vida, influencia positivamente na fertilidade da vida adulta.

Já com relação ao risco de câncer de testículo, os pacientes que apresentam criptorquidia ao nascimento têm cerca de 40% de chance de desenvolver uma neoplasia no testículo que não desceu. Esse risco é diminuído caso a orquidopexia seja realizada antes da puberdade – sendo o primeiro ano de vida o período ideal para o procedimento.

Além disso, para garantir que os benefícios da orquidopexia sejam permanentes, é preciso manter um acompanhamento regular com o médico responsável pela cirurgia, buscando evitar as possíveis complicações de curto e longo prazo. Vale destacar, que, segundo a SBP, nos dois primeiros anos após a cirurgia, ainda existe a possibilidade de o testículo afetado ascender novamente, o que pode ser identificado no exame físico periódico durante as consultas.

Qual médico realiza a orquidopexia?

A orquidopexia é um procedimento que deve ser realizado por um urologista infantil, que é o cirurgião especializado no tratamento de condições urológicas em crianças, pois possui a formação e a experiência necessárias para diagnosticar e tratar anomalias dos testículos e das vias urinárias.

Portanto, se seu filho foi diagnosticado com criptorquidia ou se você tem dúvidas sobre a posição dos testículos, é importante consultar um urologista especializado e experiente na área para fazer uma avaliação completa e discutir as opções de tratamento, como a orquidopexia.

Agende uma consulta com o Dr. Rafael Locali.

 

Fonte:

Sociedade Brasileira de Pediatria

Dr. Rafal Locali
Dr. Rafael Fagionato Locali
Urologista
CRM 133874
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