Procedimento trata obstruções, refluxo vesicoureteral, lesões traumáticas e anomalias congênitas nos ureteres que afetam a função renal
O reimplante de ureter é uma cirurgia urológica realizada para corrigir anomalias no trajeto da urina entre os rins e a bexiga. O objetivo do procedimento é prevenir complicações sérias, como infecções urinárias recorrentes e danos permanentes aos rins.
A seguir, entenda quando ele é indicado, como é o pós-operatório, quais são os cuidados necessários e se há riscos envolvidos.
O que é o reimplante de ureter?
Os ureteres são dois tubos que ligam os rins à bexiga, transportando a urina. Quando há algum problema nessa conexão, a urina não consegue ser expelida do corpo. Em casos mais graves, essa condição pode levar à dilatação dos rins e causar complicações sérias, como infecções urinárias recorrentes, insuficiência renal e danos ao órgão.
O reimplante de ureter é uma intervenção cirúrgica que cria uma nova conexão entre o ureter e a bexiga, indicada quando há obstrução no trajeto do ureter, especialmente na porção mais próxima à bexiga. Diversas condições podem levar a esse tipo de obstrução, como:
- Doenças congênitas;
- Cálculos renais;
- Cirurgias abdominais;
- Refluxo vesicoureteral, que ocorre quando a urina retorna da bexiga para o ureter ou para os rins.
Indicações para o reimplante de ureter
O reimplante ureteral é indicado em situações em que há comprometimento da junção entre o ureter e a bexiga, impedindo o fluxo adequado da urina. Essa condição pode levar à dilatação do ureter e dos rins, aumentando o risco de infecções recorrentes, dor e perda progressiva da função renal. As principais recomendações incluem:
- Refluxo vesicoureteral de alto grau: retorno da urina da bexiga para os rins, com risco de infecções e danos renais;
- Infecções urinárias de repetição: principalmente quando associadas a refluxo ou obstrução;
- Obstrução do ureter: causada por estreitamentos, inflamação, cicatrizes, cálculos ou tumores;
- Lesões do trato urinário: como traumas ou complicações de cirurgias abdominais;
- Anomalias congênitas: como ureterocele, ureter duplex ou ureter ectópico;
- Ureter dilatado: geralmente associado a refluxo ou obstrução urinária crônica.
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Como é feita a cirurgia de reimplante de ureter?
Na cirurgia de reimplante de ureter, o cirurgião remove o segmento do ureter comprometido, reconstrói o canal e o reconecta à bexiga, restabelecendo o fluxo normal da urina. O procedimento pode ser realizado por via aberta, considerada o método tradicional, mas essa abordagem tende a ser mais dolorosa e a ter um pós-operatório mais prolongado.
Técnicas menos invasivas, como a laparoscopia e a cirurgia robótica, utilizam apenas pequenas incisões, para a introdução de instrumentos cirúrgicos e uma microcâmera. Essas técnicas permitem uma visualização aprimorada das estruturas internas, maior precisão e menor trauma aos tecidos. Como resultado, a recuperação é mais rápida e menos dolorosa.
Pós-operatório: o que esperar?
Inchaço, dor e hematomas são comuns no pós-operatório, mas tendem a diminuir gradualmente. Além disso, o médico geralmente prescreve analgésicos para aliviar esses sintomas. Em muitos casos, é colocado um cateter uretral, conhecido como “duplo J”, um tubo flexível, para manter o ureter aberto e garantir um fluxo urinário adequado.
Durante o pós-operatório, é importante seguir alguns cuidados para minimizar esses incômodos e evitar complicações. São eles:
- Manter a incisão limpa e protegida para evitar infecções e garantir uma cicatrização adequada;
- Repousar nas primeiras semanas;
- Evitar atividades físicas intensas, como atividades de impacto, até a liberação médica;
- Evitar brincadeiras agitadas, ou que a criança pule e corra, evitando impacto;
- Beber líquidos em quantidade suficiente para manter os rins funcionando bem e prevenir infecções urinárias;
- Monitorar sinais de complicações, como dor ao urinar, dificuldade para urinar ou presença de sangue na urina.
Resultados e taxa de sucesso
A taxa de sucesso do reimplante de ureter varia de acordo com diversos fatores, sendo o principal deles a causa do problema do paciente. No caso do refluxo vesico-ureteral, o procedimento tem se mostrado a terapia padrão ouro, com taxas de sucesso que variam de 95% a 98%. Os resultados, todavia, dependem de fatores, como:
- Idade do paciente, pois crianças tendem a ter melhores resultados;
- Tipo de condição e gravidade;
- Técnica cirúrgica utilizada.
Os resultados esperados do reimplante de ureter são a melhora no fluxo urinário, facilitando a expulsão da urina do corpo e preservando a função renal. Além disso, a cirurgia ajuda a reduzir a frequência de infecções urinárias, que são comuns nesses pacientes.
Riscos e possíveis complicações
O reimplante de ureter envolve riscos e pode apresentar complicações, como qualquer procedimento cirúrgico, embora sejam raras. As complicações mais comuns incluem:
- Infecções;
- Sangramentos;
- Fibrose, que é a formação de cicatrizes, podendo causar estreitamento do ureter;
- Lesões em estruturas próximas, como bexiga, vasos sanguíneos ou nervos;
- Recidiva do refluxo vesicoureteral.
Quando procurar um uropediatra?
A consulta com um uropediatra é indicada em casos de sinais de alterações no trato urinário da criança, como infecções urinárias recorrentes, dor ao urinar, incontinência, jato urinário fraco, sangue na urina ou histórico de refluxo vesicoureteral. Além disso, alterações detectadas em exames de imagem, como dilatação dos rins, também são motivos para avaliação especializada.
Perguntas frequentes
A seguir, algumas das respostas às dúvidas mais comuns sobre o reimplante de ureter.
O reimplante de ureter é definitivo?
O reimplante de ureter costuma ser uma solução definitiva e a taxa de sucesso é alta. Caso ocorram alterações anatômicas, como estenoses ou refluxo persistente, pode ser necessário um novo procedimento para corrigir a situação.
A criança sentirá dor após a cirurgia?
Dor e desconforto nos primeiros dias após o reimplante de ureter são comuns e esperados. No entanto, esses sintomas são temporários e podem ser controlados com analgésicos prescritos pelo médico. Com o tempo, o desconforto tende a diminuir à medida que a recuperação avança.
Quanto tempo leva a recuperação?
A recuperação do reimplante de ureter varia de acordo com a técnica utilizada e a saúde da criança, mas geralmente ocorre em 2 a 6 semanas. Durante esse período, é necessário seguir as orientações médicas relacionadas ao repouso, aos cuidados com o cateter e à hidratação adequada. A retomada das atividades normais, como escola e brincadeiras, costuma ser liberada após avaliação médica.
É possível fazer o reimplante por vídeo?
É possível realizar o reimplante de ureter por cirurgia minimamente invasiva, como a laparoscopia ou cirurgia robótica. Essas técnicas oferecem menor tempo de internação, recuperação mais rápida e menos dor no pós-operatório. No entanto, nem todos os casos são candidatos a essa abordagem, devendo ser avaliado pelo cirurgião individualmente.
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