Pacientes com diagnóstico de rim excluso devem avaliar se há indicação de nefrectomia
Os rins constituem parte fundamental do sistema urinário, sendo tão cruciais que sua disfunção pode colocar em risco a vida, além de frequentemente demandar tratamentos como hemodiálise ou, em casos extremos, um transplante renal para assegurar a continuidade da vida.
Entretanto, quando apenas um deles apresenta uma redução significativa em sua função, deixando de desempenhar seu papel no metabolismo do corpo, ele passa a ser denominado rim excluso, o que indica que esse órgão não funciona mais.
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Índice
O que é o rim excluso?
O rim excluso é uma condição na qual um dos rins não realiza adequadamente suas funções, tornando-se um órgão sem utilidade.
Em algumas situações, quando o paciente tem uma boa saúde e controle adequado das comorbidades, o rim que permanece saudável é suficiente para desempenhar todas as funções, no entanto, quando a condição de insuficiência atinge os dois rins, a função do sistema urinário como um todo torna-se comprometida.
Sinais e sintomas do rim excluso
Os sinais e sintomas do rim excluso podem variar dependendo da condição de base, da gravidade e da velocidade de progressão do quadro. Normalmente, o rim torna-se excluso a partir de doenças que acometem isoladamente um dos rins, como obstruções ao fluxo de urina — provocando hidronefrose (dilatação dos rins) —, estenose de junção ureteropiélica, estenose de ureter, megaureter obstrutivo, cálculos renais/ureterais obstrutivos ou por infecções crônicas do rim, como pionefrose e tuberculose renal. Em grande parte das vezes, os pacientes que evoluem com uma perda de função renal já têm algum quadro de base que justifique esse rim excluso, sendo que as principais são a hipertensão arterial, diabetes, doenças autoimunes e hábitos de vida não saudáveis.
Assim, quando os rins começam a perder sua função é possível encontrar alguns sintomas inespecíficos, que também estão presentes em outras condições renais, mas que são suficientes para demandar uma busca por atendimento médico. São eles:
- Dor lombar, uni ou bilateral, não associada a esforço muscular;
- Alteração na frequência ou volume urinário;
- Urina de aspecto ou coloração diferentes;
- Infecções de trato urinário;
- Pedras nos rins.
Causas e fatores de risco do rim excluso
As causas do rim excluso podem ser variadas e incluem fatores infecciosos, metabólicos, neoplásicos, traumáticos e outros. Porém, embora a principal causa de insuficiência renal crônica, segundo o Ministério da Saúde, seja a pressão alta e a diabetes, essas condições costumam acometer os dois rins de forma simultânea, levando a uma perda global da função.
Assim, as causas de perda de função renal que pode gerar um quadro de rim excluso são, principalmente:
- Atrofia renal adquirida (por exemplo, após uma obstrução de ureter);
- Malformações anatômicas congênitas;
- Tumor renal;
- Lesões traumáticas na região abdominal ou lombar;
- Infecções, como a tuberculose renal;
- Complicações de procedimentos cirúrgicos anteriores.
Diagnóstico do rim excluso
O primeiro passo para o diagnóstico do rim excluso é identificar a vigência de uma insuficiência renal, o que se faz principalmente pelos exames laboratoriais de sangue e de urina. A partir da análise de índices como creatinina, ureia e taxa de filtração glomerular, é possível compreender se, de forma global, os rins estão tendo dificuldade em exercer sua função.
A partir de então, segue-se com exames de imagem — como ultrassom, tomografia, ressonância magnética e cintilografia — para identificar se a perda de função é em um ou ambos os rins, qual o tipo de lesão, se há chances de reverter o dano ou se já há atrofia importante ao ponto de poder classificar como rim excluso.
Tratamento do rim excluso
O tratamento depende da repercussão do quadro para a saúde do paciente. Ou seja, se o rim danificado e sem função não causar malefícios ao indivíduo, não há motivos que justifiquem um procedimento cirúrgico para retirar o órgão.
Porém, em algumas situações o rim excluso pode desencadear processos inflamatórios e gerar outros tipos de problema para o paciente. Nesses casos, pode haver indicação de nefrectomia, a cirurgia que promove a remoção do órgão.
Prognóstico do rim excluso
O prognóstico depende principalmente do estado de saúde geral do paciente. Aqueles que não apresentam outras comorbidades, que têm a pressão regulada, que não têm doenças autoimunes ou outras condições que comprometam a função do rim podem viver normalmente com apenas um rim funcionante, desde que faça um acompanhamento médico periódico.
Já os pacientes que não têm uma função renal adequada no rim considerado saudável podem precisar de tratamentos medicamentosos mais complexos ou até mesmo hemodiálise ou transplante renal.
Tire dúvidas ou marque sua consulta para saber mais a respeito com o Urologista Dr. Rafael Locali.
Fontes:
