Condição benigna, o testículo retrátil deve ser devidamente diagnosticado e não confundido com a criptorquidia
O testículo retrátil é uma condição urológica caracterizada pela retração intermitente de um ou ambos os testículos para o canal inguinal. Embora o testículo retrátil seja considerado uma variação normal e muitas vezes auto resolutiva, o quadro pode causar preocupação e ansiedade para os pais da criança, principalmente quando o testículo fica preso no canal inguinal, causando dor ou desconforto.
É importante, também, observar que o testículo retrátil não deve ser confundido com a criptorquidia, uma condição em que os testículos não descem para a bolsa testicular durante o desenvolvimento fetal, requerendo tratamento para evitar complicações, como infertilidade e câncer testicular. Ou seja, no criptorquidismo, um ou ambos os testículos não são palpáveis no escroto, enquanto no quadro de testículo retrátil é possível apalpá-los – porém, podem estar fora da bolsa testicular, local de costume.
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Índice
Causas do Testículo Retrátil
Algumas possíveis causas associadas desenvolvimento do testículo retrátil incluem:
- Predisposição genética;
- Desregulações hormonais que afetam a contração muscular;
- Hipersensibilidade ao frio;
- Estímulos emocionais que podem desencadear a contração do músculo cremaster;
- Variações anatômicas fisiológicas na musculatura ou no ligamento inguinal.
Sintomas do Testículo Retrátil
O principal sintoma do testículo retrátil é justamente a mobilidade dos testículos em direção ao canal inguinal, ou seja, para cima. Isso pode acontecer espontaneamente ou em resposta a estímulos emocionais, sendo possível localizá-los durante a manipulação e reposicioná-los na bolsa testicular. Caso, durante a consulta com o urologista pediátrico, os testículos estejam no local tópico, é possível realizar manobras de estímulo e reflexo do músculo cremaster para avaliar o grau de retração.
Além disso, podem ocorrer situações em que, após a retração, o testículo fica preso no canal inguinal, causando dor ou desconforto na área afetada tanto pela compressão do testículo quanto por uma torção testicular parcial. Portanto, se houver dor persistente, inchaço ou outros sintomas preocupantes, é necessário procurar atendimento médico para avaliação e tratamento adequados.
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Tratamento do Testículo Retrátil
Não é costume realizar intervenções cirúrgicas para todos os pacientes com testículo retrátil, pois a condição tende a se resolver espontaneamente à medida que a criança cresce, bem como pelo fato da maioria dos casos não gerar dor ou sintomas importantes.
No entanto, quando o testículo fica preso no canal inguinal ou causa dor persistente, pode-se fazer uma cirurgia chamada orquidopexia — mesmo procedimento feito nos casos de criptorquidia.
Além disso, o tratamento cirúrgico também pode ser considerado em pacientes com graus severos de retratilidade, que ocorrem quando os testículos se retraem imediatamente após a manobra de reposicionamento, ou seja, só permanecem na bolsa escrotal mediante tração.
Assim, é importante consultar um uropediatra para receber avaliação adequada e determinar o melhor curso de tratamento para o testículo retrátil, pois cada caso é único e a conduta pode variar conforme a idade do paciente, os sintomas apresentados e outras condições médicas.
Complicações do Testículo Retrátil
O testículo retrátil não costuma ocasionar complicações graves, mas em alguns casos raros pode haver torção testicular, “testículo preso” no canal inguinal e problemas de fertilidade caso as outras complicações não sejam adequadamente tratadas.
Além disso, nos casos de retratilidade severa, o quadro pode caminhar para uma redução de volume dos testículos e para uma hipoplasia testicular, ou seja, uma perda de função gametogênica que pode levar a problemas de fertilidade no futuro.
Porém, vale relembrar que a maioria dos casos de testículo retrátil não resulta em complicações sérias, a não ser que ocorram sintomas agudos, como dor intensa, inchaço ou alterações repentinas na posição do testículo. Nesses casos, é essencial procurar atendimento médico, bem como é fundamental sempre acompanhar o quadro com um urologista.
Tire dúvidas ou marque sua consulta para saber mais a respeito com o urologista Dr. Rafael Locali.
Fontes:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo