Tratamento inclui monitoramento periódico, antibióticos profiláticos e cirurgia corretiva
O refluxo vesicoureteral ocorre quando a urina volta da bexiga para o ureter e para os rins devido ao mau funcionamento da válvula que impede esse refluxo. Esse problema pode aumentar o risco de infecções urinárias recorrentes e causar danos aos rins, especialmente em crianças pequenas. A seguir, entenda os sintomas e as opções de tratamento para refluxo vesicoureteral.
Qual diferença entre refluxo vesicoureteral primário e secundário?
No refluxo primário, que é o mais comum, a criança já nasce com uma conexão defeituosa entre o ureter e a bexiga. Nesse caso, a válvula que deveria impedir o retorno da urina para o ureter não funciona direito, permitindo que o xixi volte para os rins. Normalmente, esse tipo afeta apenas um ureter e rim.
O refluxo secundário ocorre por obstruções no trato urinário que aumentam a pressão na bexiga, fazendo a urina voltar para os ureteres e rins. Essa obstrução pode ser causada por uma válvula que impede a passagem da urina pela uretra ou por problemas nos nervos que dificultam o esvaziamento da bexiga. Geralmente, o refluxo secundário afeta ambos os lados, sendo mais comum o refluxo bilateral.
Quais os sintomas do refluxo vesicoureteral?
Algumas crianças com refluxo não mostram sintomas evidentes, mas quando eles aparecem, o mais frequente é a ocorrência de infecção do trato urinário (ITU). Entre os sinais de infecção, estão: febre, dor abdominal ou nas costas, sensação de ardor ao urinar, vontade frequente de urinar e, às vezes, episódios de perda involuntária de urina ou sangue na urina.
Nos bebês, os sintomas podem ser mais sutis, como irritabilidade e falta de apetite, dificultando o diagnóstico imediato. Em casos mais raros e graves, o refluxo pode causar cicatrizes nos rins, que, ao longo do tempo, podem levar à hipertensão arterial e a alterações na função renal.
Dr. Rafael Locali: especialista no tratamento do RVU!
Opções de tratamento para refluxo vesicoureteral
O tratamento para refluxo vesicoureteral varia conforme a gravidade do caso, a idade da criança e a presença de complicações. Em muitos casos leves a moderados, o refluxo pode desaparecer sozinho com o tempo. Já em situações mais graves, o tratamento pode envolver medicamentos ou procedimentos mais específicos.
Acompanhamento vigilante
Para casos leves, o tratamento para refluxo vesicoureteral pode ser a observação, sem intervenção imediata, mas com cuidado redobrado para identificar sintomas de infecção urinária, como febre. Manter a vigilância permite detectar qualquer agravamento e agir a tempo, garantindo que a criança tenha um desenvolvimento saudável sem tratamentos invasivos desnecessários.
Profilaxia antibiótica
Em casos mais graves ou em crianças pequenas, o tratamento para refluxo vesicoureteral pode incluir o uso contínuo da profilaxia antibiótica em doses baixas para prevenir infecções urinárias repetidas, que podem danificar os rins. O objetivo é manter a urina livre de bactérias, reduzindo o risco de novas infecções e oferecendo condições para uma possível melhora espontânea do refluxo com o crescimento da criança. No entanto, o uso prolongado de antibióticos deve ser acompanhado, pois pode causar efeitos colaterais e aumentar a resistência bacteriana.
Injeção endoscópica
Quando o refluxo causa sintomas mais sérios, como infecções recorrentes ou lesões renais, o tratamento para refluxo vesicoureteral pode ser a injeção endoscópica. Nesse procedimento, o médico aplica uma substância específica próxima à entrada do ureter na bexiga para reforçar a válvula que impede o refluxo da urina. O método é rápido, feito com anestesia e costuma apresentar alta taxa de sucesso, especialmente em refluxos de grau moderado.
Quando a cirurgia pode ser uma opção de tratamento?
A cirurgia pode ser indicada no tratamento para refluxo vesicoureteral em casos mais graves, especialmente quando há:
- Infecções urinárias repetidas, mesmo usando antibióticos;
- Refluxo de alto grau;
- Presença de cicatrizes nos rins;
- Deterioração da função renal;
- Intolerância ou ineficiência do tratamento clínico.
A cirurgia no tratamento para refluxo vesicoureteral visa corrigir o defeito na junção entre o ureter e a bexiga, restaurando o mecanismo que impede o refluxo da urina. O procedimento é feito reposicionando ou reconstruindo essa junção para que ela funcione como uma válvula natural, que se fecha durante o enchimento e o esvaziamento da bexiga, evitando que a urina retorne aos rins.
Quando o médico realiza o tratamento para refluxo vesicoureteral?
A condição pode melhorar espontaneamente, principalmente em crianças pequenas e casos leves. Mas, se o refluxo for persistente ou de grau elevado, pode causar infecções urinárias recorrentes e danos aos rins. Por isso, o urologista pediátrico começa o tratamento assim que o diagnóstico é feito, monitorando a condição e, inicialmente, optando por abordagens mais conservadoras.
Se necessário, o especialista ajusta o tratamento e, nos casos mais graves, pode recomendar a cirurgia. A decisão sobre o melhor momento para a intervenção leva em conta a gravidade do refluxo, a idade da criança e o quadro clínico, sempre buscando equilibrar os riscos do refluxo com os benefícios do tratamento.
Benefícios do tratamento precoce do RVU?
Tratar o refluxo vesicoureteral logo que ele é identificado ajuda a prevenir infecções urinárias frequentes, que podem causar inflamação e cicatrizes nos rins. O acompanhamento e controle adequados também evitam complicações, como hipertensão e perda da função renal com o tempo.
Além disso, o tratamento para refluxo vesicoureteral feito de forma precoce oferece maiores chances de cura espontânea ou sucesso com métodos menos invasivos, preservando a saúde e o bem-estar da criança. Assim, com tratamento e monitoramento adequados, muitas crianças não precisam passar por cirurgias invasivas.
Por que consultar um urologista pediatra?
O urologista pediátrico é o especialista responsável pelo cuidado do sistema urinário das crianças, possuindo o conhecimento necessário para diagnosticar e tratar o refluxo vesicoureteral. Com isso, esse profissional atua também na prevenção de complicações, garantindo que o desenvolvimento da criança aconteça de forma saudável.
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