O quadro pode ser identificado ainda na gestação, e a avaliação de um uropediatra é fundamental para decidir a melhor conduta de tratamento
A principal anomalia do trato urinário que pode ser detectada antes do nascimento – período antenatal – é a hidronefrose. Esse quadro pode ser identificado ainda no ultrassom morfológico obstétrico e mais bem avaliado pelo urologista pediátrico, profissional capacitado para orientar a família e indicar as melhores condutas médicas.
Assim, recomenda-se que ao receber o diagnóstico de hidronefrose neonatal, a gestante já consulte um uropediatra, que vai avaliar as medidas e os parâmetros identificados pelo ultrassonografista e fornecer todas as orientações aos familiares ainda no período pré-parto.
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Índice
O que é hidronefrose antenatal?
A hidronefrose antenatal é um achado do ultrassom morfológico gestacional que indica uma dilatação na pelve renal do bebê, a região dos rins que coleta a urina para então enviá-la à bexiga pelos ureteres. Em grande parte dos casos, essa dilatação piélica é um estado transitório, mas em alguns pacientes as alterações anatômicas podem permanecer, causando um quadro de hidronefrose após o nascimento.
Quando a hidronefrose permanece por algumas semanas, o rim (ou os rins) passa a reter grande volume de urina, que não consegue escoar para a bexiga. Dado que na maior parte das vezes a hidronefrose antenatal é um quadro transitório, o paciente não apresenta sintomas e a condição se resolve naturalmente com o crescimento da criança. Porém, todos os casos devem ser acompanhados por um uropediatra desde o diagnóstico pré-natal e investigado com exames de imagem e laboratoriais para avaliar se há comprometimento da função renal.
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O que causa a hidronefrose antenatal?
Diversos são os motivos que podem levar a um quadro de hidronefrose, principalmente no adulto. Porém, a principal causa da hidronefrose antenatal é a obstrução ou a estenose (estreitamento) de uma região chamada “junção ureteropélvica”, que é a área em que os ureteres (canais que levam a urina à bexiga) se unem aos rins.
Em segundo lugar, tem-se o refluxo vesicoureteral (RVU) como causa da hidronefrose antenatal. O RVU pode ser explicado como uma implantação inadequada dos ureteres à bexiga, de forma que a urina reflui de volta para os rins, causando uma dilatação na pelve renal.
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Diagnóstico da hidronefrose antenatal
O diagnóstico da hidronefrose antenatal é feito no ultrassom morfológico da gestação, quando já é possível observar alterações nas medidas da pelve renal. Porém, por ser um exame que depende da habilidade do profissional que o está realizando, pode haver casos de falso-negativo, ou seja, sem confirmação diagnóstica nos exames após o nascimento.
De toda forma, fazer esse rastreio pré-natal é importante para que um urologista pediátrico avalie os resultados e se há necessidade de repetir o ultrassom. Além disso, ao obter um exame positivo para hidronefrose antenal, é mandatório que nos primeiros dias de vida do bebê novos exames sejam feitos e, caso o diagnóstico se confirme, haja um acompanhamento médico para avaliar a necessidade de intervenções cirúrgicas e evitar complicações do quadro.
Sintomas da alteração
Cerca de 50 a 70% das crianças diagnosticadas com hidronefrose antenatal não apresentam sintomas nas primeiras semanas de vida, principalmente nos casos em que o quadro é transitório. Justamente por esse motivo é fundamental realizar acompanhamento com o uropediatra para avaliar constantemente a função renal do paciente até que haja completa resolução do quadro – ou indicação de intervenção.
Porém, quando presentes, os sintomas da hidronefrose antenatal costumam ser:
- Diminuição do volume de urina;
- Cólicas;
- Distensão abdominal;
- Redução na força do jato urinário;
- Aumento da pressão arterial.
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Tratamento da hidronefrose antenatal
Quando o ultrassom indica uma hidronefrose antenatal bilateral e de alto grau, pode haver indicação de cirurgia intrauterina, uma opção que deve ser cuidadosamente avaliada por diversos especialistas médicos e pela família, analisando os riscos do procedimento para a gestante e para o bebê.
Assim, quando a intervenção intrauterina não se faz necessária, deve-se aguardar o nascimento para então realizar uma extensa avaliação diagnóstica no bebê, buscando alterações em todo o trato geniturinário e região sacral. Além do exame físico completo, é preciso fazer um ultrassom das vias urinárias após o sétimo dia de vida, buscando identificar se ainda há hidronefrose, bem como se é um quadro uni ou bilateral e qual é o grau de dilatação da pelve renal.
Caso o grau de dilatação seja maior que 10mm, é preciso iniciar um tratamento com antibióticos, visto que o acúmulo de urina pode predispor a multiplicação de microrganismos. Já nos casos de dilatação leve a moderada, pode-se aguardar um período de seis a oito semanas antes de repetir o ultrassom. Além desse, outros exames de imagem podem ser realizados para avaliar a dinâmica do trato urinário, tal como a cintilografia.
Cirurgia para hidronefrose antenatal
Quando o ultrassom continua indicando positividade para hidronefrose após as primeiras semanas de vida, pode ser que haja indicação de tratamento cirúrgico, cuja técnica depende da causa e do grau de hidronefrose. Assim, se o quadro estiver sendo causado por uma estenose de JUP, o principal procedimento indicado é a pieloplastia, que consiste em retirar a área estreitada e fazer uma nova conexão entre a pelve renal e o ureter.
Já nos casos de obstrução mais grave, pode ser que o uropediatra indique a inserção de uma sonda uretral ou cateter “duplo J” também pela uretra – principalmente na hidronefrose causada por bexiga neurogênica – ou a implantação de um cateter diretamente no rim em casos de obstrução que impeça a inserção da sonda.
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Hidronefrose Antenatal e possíveis complicações da doença
As consequências e complicações causadas pela hidronefrose dependem do grau de comprometimento e da demora para a realização do tratamento. Por esse motivo, quando a gestante recebe o diagnóstico de hidronefrose antenatal pelo ultrassom obstétrico, é importante realizar todas as investigações e acompanhar a evolução do quadro com o uropediatra para não atrasar o tratamento caso seja necessário.
Entre as principais complicações da hidronefrose antenatal que podem ser evitadas com o acompanhamento médico adequado, estão:
- Infecções urinárias de repetição e pielonefrite;
- Lesão tecidual com perda de função renal;
- Formação de cálculos;
- Sangramento e lesões do trato urinário.
Existe um especialista para o tratamento da Hidronefrose Antenatal?
Sim, o uropediatra.
Quando o obstetra informa a família de que o ultrassom indicou uma hidronefrose antenatal, é importante que os pais realizem uma consulta com o urologista pediátrico para tirar todas as dúvidas sobre o quadro e os possíveis cenários antes e após o nascimento, incluindo a necessidade de alguma intervenção intraútero. É também esse profissional que vai acompanhar a criança durante as primeiras semanas de vida e realizar todos os exames para avaliar a necessidade de tratamento.
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Como o urologista Dr. Rafael Locali pode te ajudar?
O Dr. Rafael Locali está à disposição para tirar todas as dúvidas dos pais acerca da hidronefrose neonatal, bem como acompanhar a gestante e avaliar a criança logo após o nascimento para dar o seguimento pós-natal adequado.
Tire dúvidas ou marque sua consulta para saber mais a respeito com o Urologista Dr. Rafael Locali!
Fontes:
– UpToDate