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Hidrocele

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Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

A hidrocele é o acúmulo de líquido no escroto, resultando em inchaço e desconforto, sendo necessário tratamento cirúrgico

A hidrocele é o acúmulo anormal de líquido na membrana que reveste o testículo, o que resulta em um aumento significativo no volume do escroto. Isso, por sua vez, pode gerar desconforto e uma sensação de peso na área afetada. Essa condição pode impactar apenas um ou ambos os lados simultaneamente.

A hidrocele comunicante ocorre quando há uma comunicação anormal entre o escroto e a cavidade abdominal, devido a um defeito no fechamento do conduto peritônio-vaginal durante o desenvolvimento fetal. Esse defeito permite que o líquido do abdômen passe para o escroto, resultando no acúmulo de líquido ao redor do testículo. Já o tipo não comunicante ocorre quando o líquido se acumula no escroto sem essa conexão, geralmente devido a lesões, infecções e traumas escrotais/testiculares.

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Por que a hidrocele é mais comum em bebês?

A formação dos testículos ocorre dentro do abdômen e, à medida que o bebê se desenvolve, eles descem para a bolsa testicular. Durante esse processo, a comunicação entre a bolsa testicular e o abdômen deve ser fechada, o que geralmente ocorre no nascimento, mas pode acontecer até os primeiros meses de vida, com o líquido sendo absorvido pelo corpo. No entanto, em alguns casos, essa conexão não se fecha completamente, o que causa o acúmulo de líquido na bolsa testicular, caracterizando a hidrocele.

Dessa forma, a hidrocele é uma condição mais comum em bebês, afetando aproximadamente 10% das crianças. Em muitos casos, a condição desaparece espontaneamente, sem a necessidade de medicamentos ou qualquer tipo de intervenção médica, apenas com o acompanhamento do urologista pediátrico. No entanto, a condição também pode ser diagnosticada em homens adultos, especialmente a partir dos 40 anos de idade.

Quais as causas de hidrocele?

A hidrocele em bebês é consequência da falha no fechamento completo da ligação entre o abdômen e a bolsa testicular após a migração dos testículos do interior do abdômen para a bolsa, levando ao acúmulo de líquido. Embora seja frequentemente congênita, ou seja, presente desde o nascimento, ela também pode ser adquirida e se desenvolver ao longo da vida.

Nos homens mais velhos, especialmente após os 45 anos, a hidrocele pode ocorrer devido a uma série de fatores. Um deles são inflamações causadas por condições como epididimite e orquite. A epididimite é a inflamação do epidídimo, a estrutura responsável por armazenar e maturar os espermatozoides, enquanto a orquite é a inflamação dos testículos, geralmente causada por infecções bacterianas ou virais.

Além disso, lesões e traumas diretos na região escrotal devido a quedas e acidentes podem danificar os tecidos ao redor dos testículos, causando inchaço e acúmulo de fluido. Outras causas são tumores testiculares, cirurgias realizadas na área escrotal, como varicocelectomia, e condições de saúde, como insuficiência cardíaca ou doenças hepáticas, que elevam a pressão dentro dos vasos sanguíneos, favorecendo o acúmulo de fluido na área do escroto.

A hidrocele apresenta sintomas?

A hidrocele geralmente não provoca dor intensa, mas pode causar certos desconfortos, que variam de acordo com o grau de inchaço e a presença de inflamação na região. Portanto, os sinais mais comuns dessa condição costumam ser:

  • Inchaço visível em um ou em ambos os lados do escroto, que pode variar em tamanho;
  • Sensação de peso ou desconforto no escroto, especialmente em atividades diárias ou durante o movimento;
  • Alteração no formato do escroto, que pode se tornar mais volumoso ou assimétrico;
  • Dor leve ou desconforto na região escrotal, embora isso aconteça em casos mais raros e geralmente esteja associado ao aumento do volume ou à inflamação local.
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Como o diagnóstico é realizado?

O diagnóstico começa com o exame físico, em que o médico verifica o aumento do escroto, que se apresenta com inchaço. Um teste comum realizado é a transiluminação, que consiste em iluminar o escroto com uma luz. Caso o líquido seja claro e homogêneo, a luz passa através da área, confirmando a presença de hidrocele. Se houver outra condição, como uma hérnia ou um tumor, a luz não atravessa.

Em alguns casos, o médico pode solicitar exames complementares, como a ultrassonografia, para confirmar o diagnóstico e descartar a possibilidade de outras condições, como hérnias inguinais ou tumores testiculares. Além disso, exames de sangue e urina podem ser realizados para investigar a presença de infecções, inflamações ou outras complicações que possam interferir na recuperação ou afetar a saúde geral do paciente.

Como é o tratamento da hidrocele?

O tratamento da hidrocele depende da gravidade dos sintomas. Se a hidrocele for pequena e assintomática, pode ser apenas monitorada. Quando é grande, dolorosa ou causa desconforto, pode ser necessário drená-la com uma agulha, embora essa abordagem tenha mais risco de recidiva. A solução definitiva é a cirurgia.

Quando o tratamento cirúrgico é indicado?

O tratamento cirúrgico da hidrocele é indicado quando a condição não desaparece sozinha ou quando há complicações, como desconforto significativo ou aumento do tamanho do inchaço. A cirurgia mais comum é a hidrocelectomia, um procedimento que envolve a remoção do líquido excessivo acumulado no testículo, aliviando a pressão e prevenindo o retorno da condição.

No procedimento, o cirurgião faz uma incisão no escroto ou na região inguinal, dependendo do tipo da hidrocele, e remove o saco contendo o líquido. Em seguida, o tecido que envolvia a hidrocele é reestruturado para prevenir a recorrência do acúmulo de líquido. Após a drenagem e a correção, a incisão é cuidadosamente suturada. O paciente costuma receber alta em poucas horas.

Qual médico trata a hidrocele?

O urologista é o responsável pelo diagnóstico e tratamento da hidrocele, uma vez que ele lida com condições que afetam o trato urinário e os órgãos genitais masculinos. Quando há suspeita da condição, esse profissional realiza uma avaliação clínica detalhada, que pode incluir exames de imagem e outros testes, para determinar a melhor abordagem terapêutica, seja ela conservadora ou cirúrgica.

No caso das crianças pequenas, o urologista pediátrico é o profissional responsável pela avaliação e pelo tratamento da hidrocele. Em muitos casos, especialmente em recém-nascidos, o especialista pode optar pela observação nos primeiros meses de vida, recorrendo à cirurgia com técnicas minimamente invasivas quando necessário, garantindo uma recuperação rápida e com baixo risco de complicações.

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Fontes:

Sociedade Brasileira de Pediatria

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