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Fimose em criança: saiba o que é e como tratar

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Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

15 novembro, 2022

A fimose secundária e a parafimose são alguns dos critérios absolutos para a cirurgia de circuncisão na criança

O que é fimose

A fimose é uma condição clínica comum nos consultórios pediátricos. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ela é definida como a incapacidade de retrair o prepúcio, podendo ser uma condição primária (fisiológica) ou secundária (patológica).

No entanto, acredito que essa definição gera dúvida nos pais e na maioria dos médicos não especialistas que cuidam dos meninos. Por isso, oriento aos residentes de urologia, e nas aulas que dou, que fimose seria melhor definida como a falta de elasticidade do prepúcio para expor a glande, tanto com o pênis em estado flácido, quanto em ereção. Nessa definição, englobamos as crianças em que nem conseguimos ver o meato uretral, quanto aquelas que conseguem expor a glande completamente, mas tem dor durante a ereção com a glande está exposta, justamente pela falta de elasticidade do prepúcio para acomodar o aumento de diâmetro da haste peniana.

Dessa forma, o que chamamos de fimose infantil seria melhor entendida como uma aderência natural e fisiológica, que a maioria dos meninos tem ao nascimento, cerca de 97%, e que se resolve sozinha, sem a necessidade de cirurgia. Com isso, passaremos a entender a fimose, independente da classificação, isto é, primária ou secundária, como uma condição patológica, e não como uma condição natural e fisiológica.

A diferença entre primária e secundária é a origem da falta de elasticidade do prepúcio – a primeira é congênita, isto é, nasceu com a criança, ao passo que a secundária advém de trauma ou infecção no prepúcio, que provoca a falta de elasticidade.

Sendo assim, o descuido com a aderência natural do prepúcio na glande, principalmente, devido à falta de orientação de um especialista nos cuidados na higiene e retração gentil do prepúcio,  pode causar microfissuras e induzir a formação de uma fimose secundária ou até iniciar uma infecção local — balanopostite. Nesses casos, o urologista pediátrico pode ajudar a definir o melhor tratamento junto com os pais.

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Complicações do prepúcio na criança

O excesso de prepúcio na criança pode causar complicações associadas à má higiene e a emergências de exposição completa da glande, como a parafimose.

Balanopostite

A balanopostite é uma das mais frequentes complicações da fimose em criança, sendo caracterizada por uma inflamação na região da glande e do prepúcio. Ela acontece porque o excesso de pele da fimose dificulta a higienização da região distal do pênis, predispondo o paciente a inflamações, sendo que a principal etiologia infecciosa são os fungos. Portanto, a balanopostite de repetição é um critério para a cirurgia de circuncisão.

Parafimose

Uma complicação emergencial da fimose em criança é a parafimose, que é quando o prepúcio retrai e se forma um anel constritivo que impede que a pele volte a recobrir a glande, deixando-a exposta. A conduta imediata é de uma incisão do anel constritivo para normalizar a cobertura da glande, seguida da cirurgia de circuncisão, que pode ser feita no mesmo momento ou programada para outro dia.

Como a fimose infantil é diagnosticada?

A fimose em criança é diagnosticada a partir da história clínica e do exame físico do pênis, sendo que na consulta pediátrica de puericultura os próprios pais e cuidadores costumam apresentar a queixa de dificuldade de retração do prepúcio da criança. Se não houver melhora do quadro com o passar do tempo, um urologista pediátrico pode confirmar o diagnóstico, diferenciar de um quadro de aderência e definir a melhor forma de tratamento.

Dentre os sintomas de fimose infantil aos quais os pais devem se atentar, estão:

  • Dificuldade ou incapacidade de expor a glande;
  • Mau odor;
  • Inchaço;
  • Sangramento;
  • Assaduras ou vermelhidão na região genital.

Quais os tratamentos para a fimose infantil?

O tratamento para a fimose em criança é sempre cirúrgico. O uso de medicamentos tópicos, como aplicação de corticoides, são indicados somente O tratamento conservador consiste na aplicação de corticoide tópico, sendo essa a melhor opção para casos não complicados ou emergenciais. Já a cirurgia de circuncisão tem indicações absolutas (a cirurgia deve ser feita) e relativas (a cirurgia pode ser feita), como será visto a seguir.

Quando é realmente necessário fazer a circuncisão?

A cirurgia de circuncisão, chamada postectomia, é a medida definitiva de correção da fimose em criança e um dos procedimentos médicos mais realizados. Mas, atualmente, há uma tendência global de limitar e postergar essa forma de tratamento para evitar procedimentos invasivos desnecessários à criança.

Dentre as indicações formais da SBP para a cirurgia da fimose infantil estão a balanite xerótica obliterante (dermatite atrófica crônica) e a presença de algumas doenças e síndromes que afetam o trato urinário, como o refluxo vesicoureteral, a válvula de uretra posterior, o megaureter e a síndrome de Prune Belly.

Já entre as indicações relativas para a postectomia estão questões religiosas e estéticas, bem como a prevenção de outras doenças. Assim, são indicações relativas da circuncisão, segundo as Sociedades Brasileira e Europeia de Urologia, as balanopostites recorrentes, as infecções urinárias frequentes, motivos étnicos e religiosos e o adolescente que ainda não conseguiu expor completamente a glande.

Porém, é importante reforçar que a prevenção de carcinoma no pênis não é indicação nem mesmo relativa para a circuncisão neonatal rotineira de correção da fimose em criança.

Prevenção da fimose infantil

Não há prevenção para a forma primária da fimose em criança, sendo esperado que 97% dos meninos nasçam com essa condição e ela tenha autorresolução. Já a forma secundária (patológica) da fimose pode ser prevenida com a higiene adequada do pênis e evitando movimentos de massagem e estímulo excessivo da retração.

Recomendações caso o seu filho tenha fimose

Como visto, a fimose infantil é um caso mais do que comum e que os pediatras estão aptos e acostumados a lidar diariamente em seus consultórios. Portanto, caso o seu filho tenha fimose, basta realizar a higiene adequadamente e comparecer a todas as consultas da infância, atentando-se às recomendações médicas.

Caso não haja resolução do quadro por volta dos 3 anos de idade ou as infecções e inflamações sejam muito recorrentes, é válido fazer uma avaliação com um urologista pediátrico. Esse profissional saberá indicar se é necessário fazer um tratamento conservador ou se já há indicações para a cirurgia de circuncisão.

Perguntas frequentes

Veja as respostas para algumas das principais dúvidas dos pais sobre a fimose infantil.

Até que idade é normal ter fimose?

A fimose pode ser encontrada logo no nascimento, podendo permanecer fisiologicamente até os 5 anos de idade, ainda que aproximadamente 50% dos casos se resolvam com um ano, e 90% com 3 anos de idade.

Aderência é o mesmo que fimose?

Não. Aderência é quando o prepúcio está “grudado” na glande, e a fimose é quando há um excesso de pele que impede a exibição da glande. Às vezes, a diferenciação dos casos é complexa, mas um profissional médico pode fazer esse diagnóstico.

Existe fimose em mulheres?

Sim, a fimose em mulheres é rara, mas existe. Nesses casos, forma-se um tipo de aderência entre os pequenos lábios vaginais, sendo que o tratamento pode, também, ser tópico (com corticoides) ou cirúrgico.

Tire dúvidas ou marque sua consulta para saber mais a respeito com o Urologista Dr. Rafael Locali

Fontes:

Sociedade Brasileira de Pediatria

Sociedade Brasileira de Urologia

Sociedade Europeia de Urologia

Dr. Rafal Locali
Dr. Rafael Fagionato Locali
Urologista
CRM 133874
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