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Fimose

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

A cirurgia para fimose pode ser feita ainda na infância ou durante a vida adulta

A fimose acomete cerca de 97% dos meninos ao nascimento e costuma regredir até os cinco anos. Nos casos em que há complicações recorrentes, a cirurgia de circuncisão pode ser a melhor forma de tratar a condição, principalmente durante a infância.

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O que é fimose?

A fimose é um quadro urológico caracterizado pela dificuldade ou impossibilidade de retração do prepúcio do pênis devido a um estreitamento da pele, que impede a exposição da glande. Na maioria das vezes, trata-se de um quadro primário, ou seja, que não tem associação com nenhuma patologia.

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Quais são as causas da fimose?

Além de a fimose poder ser um quadro sem associação a outras doenças urológicas, ela pode estar relacionada a infecções repetidas do prepúcio (balanites ou balanopostites), lesões/fissuras no prepúcio, doenças dermatológicas, como a balanite xerótica, ou mesmo surgir após uma cirurgia peniana (fimose cicatricial). Esses fatores promovem um estreitamento da abertura do prepúcio, predispondo o surgimento da condição.

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Quais são os tipos de fimose?

A fimose pode ser classificada em dois tipos:

  • Fimose fisiológica: está presente desde o nascimento.
  • Fimose secundária: pode surgir em qualquer fase da vida e após um quadro de infecção ou traumatismo local.

Sintomas da fimose

O sintoma dessa condição é justamente a dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande. Porém, outros sinais podem indicar a presença do quadro, principalmente na vida adulta, como a dor nas relações sexuais. Além disso, o manejo inadequado da área, especialmente nas crianças, pode causar inchaço na glande, sangramento e mau odor.

Diferenças da fimose em adultos e em crianças

Nos casos em que a fimose não regride na infância, mas que também não apresenta complicações ao paciente, alguns pais optam por não submeter a criança à cirurgia, de forma que muitos meninos chegam à adolescência ou à vida adulta com essa condição. Porém, ao iniciar a vida sexual, é comum que alguns deles sintam dor nas relações ou se incomodem com a estética e busquem, então, atendimento médico para fazer a cirurgia.

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Como é feito o diagnóstico da fimose?

O diagnóstico da fimose é feito a partir do exame físico, em que o médico identifica a dificuldade de retração manual do prepúcio e pode, assim, definir o tipo de fimose do paciente.

Os tipos refletem os graus de possibilidade de retração, sendo que essa classificação ajuda a definir o melhor tratamento para cada paciente. São eles:

  • Grau 1: é possível retrair o prepúcio completamente e não há estreitamento da glande. Pode, ainda, haver aderências congênitas;
  • Grau 2: é possível retrair o prepúcio completamente, embora haja pequeno estreitamento;
  • Grau 3: a exposição da glande após a retração do prepúcio é parcial;
  • Grau 4: há dificuldade de retração do prepúcio, impedindo a exposição da glande, inclusive do meato uretral;
  • Grau 5: nenhuma retração é possível.

Quais complicações a fimose pode causar?

As principais complicações da condição são a balanopostite e a parafimose.

A balanopostite é a inflamação na região da glande e do prepúcio, que ocorre principalmente pela dificuldade de higienizar o pênis. Assim, microrganismos (principalmente fungos) se proliferam nesse espaço, desencadeando infecções e inflamações recorrentes.

Já a parafimose é uma complicação mais grave e que demanda tratamento de urgência. Nesse caso, há formação de um anel constritivo que impede o retorno do prepúcio à glande, deixando essa região exposta. Assim, é preciso fazer uma incisão do anel constritivo e, então, proceder à circuncisão.

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Tratamento para a fimose

O tratamento da fimose é sempre cirúrgico. No entanto, quando identificamos que a exposição da glande é dificultada apenas pela presença de aderências, e não por estreitamento do prepúcio, o uso de corticóide tópico pode ajudar a resolver a questão.

É interessante a diferença que existe, em termos de recomendação, do momento de realizar o procedimento. Apesar de a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendar que os pais aguardem até os cinco anos para operar, essa não é a melhor opção. A cirurgia tem a recuperação mais tranquila para a criança, quando ela é realizada mais precocemente, ao redor de 1 ano. Essa diferença de indicação existe, basicamente, por conta do conceito de fimose que é usada pela Sociedade de Pediatria, pois consideram como fimose, a aderência simples do prepúcio na glande, o que NÃO É FIMOSE.

Por outro lado, sabe-se que muitos jovens e adultos que crescem com a fimose buscam realizar o procedimento devido a questões estéticas, religiosas ou sexuais. Assim, muitos pais optam por já realizar a postectomia enquanto os filhos ainda são crianças, evitando que eles tenham que recorrer ao procedimento alguns anos depois.

Como funciona a cirurgia da fimose?

Em crianças, a cirurgia de fimose é sempre realizada com anestesia geral. É um procedimento rápido, que não demanda internação e que consiste em remover o anel de estreitamento do prepúcio, juntamente com o excesso do prepúcio.

Como são os cuidados pré e pós-cirúrgicos?

Os cuidados pré-operatórios incluem jejum, além de alguns exames que podem ser solicitados previamente pelo cirurgião. Já os cuidados pós-cirúrgicos da fimose envolvem principalmente a higiene local e o uso de analgésicos prescritos pelo médico, caso haja dor. Além disso, adolescentes e adultos devem esperar pelo menos um mês para ter relações sexuais.

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Saiba como prevenir a fimose

A fimose primária é uma condição médica que não pode ser prevenida, porém alguns cuidados com o pênis são importantes para evitar complicações, tal como fazer a higienização correta e evitar o estímulo excessivo da retração do prepúcio.

Recomendações caso o seu filho tenha fimose

Caso o seu filho tenha fimose, o mais importante é realizar o acompanhamento de puericultura com o pediatra e ter uma avaliação com um urologista pediátrico, que é o especialista no tratamento dessa condição.

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Perguntas frequentes

Abaixo estão as respostas para as principais dúvidas sobre o tema.

Até que idade é normal ter fimose?

Não é normal ter fimose, por isso, é uma condição que precisa de tratamento. O que é normal é a aderência do prepúcio na glande, e isso pode se resolver sozinho, demandando apenas higiene local. A grande dificuldade é diferenciar uma situação da outra, por isso, a avaliação de um especialista é fundamental.

Aderência é o mesmo que fimose?

Aderência não é o mesmo que fimose. Nesse quadro, o prepúcio fica “grudado” à glande, enquanto na fimose é a falta de elasticidade do prepucio para expor a glande, sem garrotear o corpo peniano, tanto em estado flácido quanto em ereção.

Quando é necessário operar a fimose?

A Sociedade Brasileira de Pediatria define as seguintes situações como mandatórias para a cirurgia desta condição:

  • Balanite xerótica obliterante;
  • Parafimose;
  • Refluxo vesicoureteral;
  • Válvula de uretra posterior;
  • Megaureter;
  • Síndrome de Prune-Belly;

Tire dúvidas ou marque sua consulta para saber mais a respeito desse e de outros assuntos com o urologista Dr. Rafael Locali

Fontes:

Sociedade Brasileira de Pediatria

– Sociedade Brasileira de Urologia

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