A cirurgia de hipospádia envolve riscos como fístulas, estenoses de meato, deiscência de glande, infecção e hematomas, que podem ser evitados com a experiência do cirurgião e os cuidados pós-operatórios
A cirurgia de hipospádia é um procedimento realizado para corrigir uma condição congênita em que a abertura da uretra, o canal por onde a urina é expelida, não está localizada na ponta do pênis, mas sim em algum ponto da face ventral do órgão, ou seja, em algum ponto da região que vai desde uma porção mais baixa na glande até o períneo. Essa malformação ocorre durante o desenvolvimento fetal e pode afetar a função urinária.
A cirurgia tem como objetivo reposicionar a abertura da uretra, permitindo que a urina saia pelo local adequado. Dessa forma, a criança apresenta uma função urinária normal, prevenindo complicações futuras e melhorando sua qualidade de vida. Ainda assim, como em qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos da cirurgia de hipospádia, que devem ser avaliados e monitorados ao longo do processo de recuperação.
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Índice
Quando a cirurgia de hipospádia é indicada?
A cirurgia de hipospádia é indicada quando há a malformação congênita em que a abertura da uretra não está localizada na ponta do pênis, mas em uma posição anormal. A intervenção cirúrgica tem como objetivo corrigir essa anomalia para garantir que a micção ocorra de forma normal e no local adequado, além de deixar a aparência do pênis padrão e preservar a função sexual futura.
O procedimento é geralmente indicado em crianças pequenas, sendo recomendado a partir dos 6 meses de idade, momento em que os riscos anestésicos são reduzidos. Quanto mais cedo for realizado, melhores tendem a ser os resultados. No entanto, em casos menos graves, a correção pode ser feita em outras faixas etárias, conforme as necessidades do paciente e a avaliação dos riscos da cirurgia de hipospádia.
Como a cirurgia de hipospádia é realizada?
O procedimento começa com a aplicação de anestesia geral associada ao bloqueio regional, garantindo que o paciente fique confortável e sem dor. De maneira bem resumida, o cirurgião faz a reconstrução da uretra e da glande, corrige a curvatura peniana e distribui adequadamente o prepúcio ao redor do pênis.
Habitualmente, o tecido do prepúcio é usado para reconstruir a uretra. Por isso, é importante que a circuncisão não seja realizada antes da cirurgia. Após realizar as correções necessárias, o cirurgião fecha as incisões com suturas finas, minimizando cicatrizes visíveis, e, se necessário, coloca um cateter temporário para drenar a urina, o que ajuda na cicatrização e evita alguns riscos da cirurgia de hipospádia.
Como é o pós-operatório da hipospádia?
O pós-operatório exige cuidados para garantir uma recuperação sem complicações e promover a cicatrização. O tempo de internação hospitalar é variável e depende da complexidade da cirurgia e das necessidades de cuidados pós-operatórios. Embora a cicatrização inicial aconteça em 2 a 3 semanas, os cuidados devem ser mantidos por pelo menos um mês. Nessa etapa, os pais ou responsáveis devem:
- Evitar que a criança faça movimentos excessivos que possam prejudicar a cicatrização;
- Realizar as trocas de fraldas com bastante atenção, mantendo a região limpa e seca para prevenir infecções;
- Garantir o acompanhamento médico com o urologista pediátrico.
Possíveis riscos da hipospádia
Como qualquer cirurgia, existem riscos da cirurgia de hipospádia, especialmente se os cuidados pós-operatórios não forem seguidos adequadamente. Entre os principais estão:
Infecção
A infecção pode surgir se a área operada não estiver adequadamente limpa ou se houver exposição a bactérias. Quando a infecção ocorre, ela pode afetar o processo de cicatrização e resultar em complicações mais sérias. Os sinais típicos de infecção incluem febre, dor intensa, vermelhidão, inchaço e secreção no local da cirurgia. Sem tratamento adequado, pode se espalhar e exigir o uso de antibióticos ou até mesmo uma nova cirurgia.
Hemorragia
A hemorragia, embora pouco comum, compõe os riscos da cirurgia de hipospádia. Caso o sangramento não seja controlado a tempo, pode resultar em hematomas ou até complicações sérias. A hemorragia pode ser evitada por um cirurgião experiente nesse tipo de procedimento e pelo correto monitoramento durante o pós-operatório.
Deiscência da sutura
A deiscência da sutura é mais um dos riscos da cirurgia de hipospádia e ocorre quando a incisão cirúrgica se abre antes da cicatrização completa, geralmente causada por movimentos excessivos, esforço físico ou problemas na cicatrização. Seguir as recomendações médicas, incluindo o repouso adequado nos primeiros dias após a cirurgia, previne esse tipo de complicação.
Estenose uretral
A estenose uretral é uma condição em que ocorre um estreitamento anormal da uretra, o tubo por onde a urina é expelida do corpo. Após a cirurgia de hipospádia, a cicatrização da uretra pode não ocorrer da maneira ideal, resultando nesse estreitamento. Isso dificulta o fluxo normal de urina, levando a sintomas como dor, dificuldade para urinar e infecções urinárias.
Fístula urinária
A fístula urinária é mais um dos riscos da cirurgia de hipospádia. Caracterizada pela formação de uma conexão anormal entre a uretra e a pele, essa condição provoca o vazamento de urina para fora do corpo de forma inadequada, exigindo uma nova cirurgia para reparar essa abertura.
Perda de tecido
Outro entre os riscos da cirurgia de hipospádia, a perda de tecido pode ocorrer devido à cicatrização inadequada ou à remoção excessiva de tecido no procedimento. Como consequência, pode ocorrer o impacto tanto na aparência quanto na função do órgão. No entanto, com a experiência do cirurgião, essa complicação pode ser evitada.
Curvatura peniana
A curvatura peniana é uma possível complicação da hipospádia, especialmente quando a condição não é tratada corretamente. Se o reparo cirúrgico não for bem-sucedido ou se houver formação excessiva de tecido cicatricial, isso pode levar ao desenvolvimento da curvatura, afetando tanto a função urinária quanto a função sexual no futuro.
Dicas para minimizar os riscos da hipospádia
Para minimizar os riscos da cirurgia de hipospádia, é recomendado seguir algumas medidas, como:
- Evitar a circuncisão antes da cirurgia;
- Escolher um cirurgião experiente;
- Seguir as orientações pós-operatórias;
- Observar sinais de infecção;
- Manter a área limpa e seca para prevenir infecções.
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