A condição pode ser diagnosticada por meio de exame físico, quando é possível palpar o testículo não descido, ou por laparoscopia, quando não é possível senti-lo
A criptorquidia é uma condição congênita em que um ou ambos os testículos não descem para o escroto, a bolsa de pele localizada abaixo do pênis. O escroto tem a função de manter os testículos a uma temperatura mais baixa do que o resto do corpo, o que é essencial para o adequado desenvolvimento testicular na criança pré-púbere, para a produção de espermatozoides e hormônios, como a testosterona.
Durante a gestação, os testículos do feto se desenvolvem no abdômen e migram para o escroto. Quando esse processo falha, ocorre a criptorquidia. A condição afeta cerca de 3% dos recém-nascidos a termo e 44% dos prematuros, podendo envolver um ou ambos os testículos. O diagnóstico da criptorquidia costuma ser feito no nascimento, mas alguns casos são identificados tardiamente.
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Causas e fatores de risco da criptorquidia
A causa exata da criptorquidia não é totalmente conhecida, mas estudos indicam que a migração dos testículos depende de fatores genéticos, hormonais e ambientais. Problemas no desenvolvimento do bebê, como a formação inadequada dos músculos abdominais ou alterações do gubernáculo, que guia a descida dos testículos, também podem contribuir.
Os principais fatores de risco incluem:
- Histórico familiar da condição;
- Problemas hormonais durante o desenvolvimento do feto;
- Nascimento prematuro;
- Baixo peso ao nascer;
- Síndrome de Down;
- Paralisia cerebral;
- Tabagismo materno durante a gestação;
- Consumo de álcool e outras drogas pela mãe.
Diagnóstico da criptorquidia: como é realizado?
O diagnóstico da criptorquidia é clínico, feito através de um exame físico realizado no nascimento e anualmente por um uropediatra para avaliar a localização e crescimento testicular. Na maioria dos casos, o especialista consegue palpar e encontrar os testículos na porção superior do escroto ou do canal inguinal. Em alguns casos, eles podem não ser sentidos, o que pode indicar que o testículo está dentro do abdômen, ou é muito pequeno, ou está ausente.
Nos casos tardios de diagnóstico da criptorquidia em crianças e adolescentes, a condição costuma se tornar mais evidente durante o rápido crescimento associado à puberdade. Com o desenvolvimento das estruturas genitais, o testículo não descendo pode se tornar mais perceptível, o que leva à investigação médica.
Laparoscopia pode ser usada no diagnóstico da criptorquidia?
Para confirmar o diagnóstico da criptorquidia, muitas vezes é necessário fazer uma cirurgia chamada laparoscopia diagnóstica, o que permite procurar os testículos na região intra-abdominal quando não foram encontrados na palpação. Ainda que não sejam definitivas em relação à avaliação dos testículos intra-abdominais, a ultrassonografia, a tomografia e a ressonância magnética podem ser usadas. São muito boas para os testículos inguinais.
Na laparoscopia diagnóstica, o médico realiza pequenas incisões no abdome da criança e insere uma pequena câmera (chamada laparoscópio) que permite ver por dentro. Essa visualização possibilita procurar onde o testículo está ou confirmar se ele não se desenvolveu corretamente.
Importância do diagnóstico precoce da criptorquidia
O diagnóstico da criptorquidia é fundamental para evitar complicações futuras. Casos não tratados corretamente podem levar à torção testicular e ao desenvolvimento de hérnias, principalmente a hérnia inguinal. Além disso, é possível que a condição cause infertilidade no paciente e aumente o risco de desenvolvimento de câncer de testículo.
Assim, o diagnóstico da criptorquidia feito de forma precoce permite realizar o tratamento antes que surjam problemas irreversíveis de desenvolvimento testicular, minimizando esses riscos, que são ainda maiores quando a criptorquidia acomete os dois testículos. Além disso, a demora na correção pode levar à atrofia do testículo não descido, sendo necessário removê-lo cirurgicamente.
Orquidopexia no tratamento da criptorquidia. Saiba mais!
Quais são os tratamentos para criptorquidia?
Após o diagnóstico da criptorquidia, os pais são orientados a esperar até o sexto mês de vida do bebê para iniciar um tratamento. Em alguns casos, os testículos podem descer naturalmente durante esse período pelo canal inguinal. Se isso não ocorrer, o uropediatra realiza uma nova avaliação para identificar a localização dos testículos e determinar o tratamento mais adequado.
Quando o testículo é palpável, o tratamento consiste na realização da orquidopexia cirúrgica, técnica em que o testículo é colocado no escroto e fixado para que permaneça na posição certa. Para essa técnica, é necessária apenas uma pequena incisão na região da virilha, para encontrar o testículo, e outra no escroto, para a fixação.
A laparoscopia pode ser utilizada tanto no diagnóstico da criptorquidia quanto no tratamento. Após localizar os testículos, o médico os reposiciona no escroto e os fixa. A cirurgia é geralmente realizada após os 6 meses e antes dos 2 anos de vida. Quanto mais nova a criança, menor a distância para reposicionar os testículos e menores são as chances de complicações.
Qual médico realiza o tratamento e diagnóstico da criptorquidia?
O tratamento da criptorquidia deve ser feito por um médico especialista em urologia pediátrica, que é a área responsável por cuidar de problemas urinários e genitais em crianças. O Dr. Rafael Locali é um profissional qualificado nessa área, com experiência no diagnóstico da criptorquidia, bem como no seu tratamento e acompanhamento para o desenvolvimento saudável da criança.
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Fontes: